Morre Mãe Elzita, considerada última matriarca do Tambor de Mina no Maranhão, aos 91 anos
Morre Mãe Elzita, última matriarca do Tambor de Mina no Maranhão, aos 91 anos Arquivo Pessoal Morreu nessa quarta-feira (24), aos 91 anos, Elzita Vieira Mart...
Morre Mãe Elzita, última matriarca do Tambor de Mina no Maranhão, aos 91 anos Arquivo Pessoal Morreu nessa quarta-feira (24), aos 91 anos, Elzita Vieira Martins Coelho, conhecida como Mãe Elzita, uma das principais referências das religiões de matriz africana no Maranhão. A causa da morte não foi divulgada pela família. Fundadora e dirigente do Terreiro Fé em Deus, fundado em 1968 no bairro do Sacavém, em São Luís, ela dedicou décadas à preservação das religiões de matriz africana. O Tambor de Mina surgiu no Maranhão e é uma religião afro-brasileira. Seus rituais são marcados pelo culto aos voduns, orixás e encantados. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Maranhão no WhatsApp Segundo a antropóloga Maria do Socorro Rodrigues de Souza Aires, pesquisadora do Terreiro Fé em Deus há mais de 20 anos, Mãe Elzita era considerada a última matriarca do Tambor de Mina no Maranhão. Ela fazia questão de manter os ensinamentos de sua mãe-de-santo, Dona Denira, e trabalhava apenas com mediunidade feminina. Mãe Elzita nasceu em 16 de janeiro de 1934, em São Luís, conforme informou à pesquisadora durante o período da pesquisa de mestrado. Ao g1, Socorro destacou que Mãe Elzita não tinha filhos de santo homens no Tambor de Mina, apenas um filho na pajelança, prática tradicional de cura e espiritualidade indígena, e sempre reforçava que seguia fielmente as tradições que aprendeu. “Quero que todos saibam do legado de Mãe Elzita, de quem era essa grande mulher, essa pessoa maravilhosa e esse exemplo de amor e acolhimento”, disse Socorro em entrevista ao g1. Iniciada no terreiro Nanã Borokô, Mãe Elzita assumiu a condução espiritual da casa após a morte de sua mãe-de-santo. Desde então, manteve vivas tradições, rituais e festas religiosas que integram práticas afro-religiosas e manifestações culturais. A pesquisadora acrescenta que Mãe Elzita tinha Caboclo Velho como dono de sua crôa, ou seja, a entidade espiritual que guia a vida da pessoa. Pertencia à Rainha Troirinha na linha de Cura ou Pajelança, prática tradicional de cura e espiritualidade indígena, e o caboclo Surrupirinha era o guia espiritual do Terreiro Fé em Deus. Reconhecida pelo acolhimento e pela formação de filhas de santo, Mãe Elzita organizava celebrações tradicionais, tornando-se referência religiosa e cultural para diferentes gerações. Nas redes sociais, frequentadores do Terreiro Fé em Deus lamentaram a morte de Elzita e a definiram como “acolhedora” e “de luz”. O sepultamento será realizado nesta quinta-feira (25), às 16h, na Pax União, localizada na Estrada da Maioba, em São Luís. Veja os vídeos que estão em alta no g1
