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Rio Acre dá sinais de vazante em Rio Branco, mas Defesa Civil prevê nova subida

Mais de 20 famílias estão fora de casa. Rio continua acima da cota de transbordo, mas baixou para 14,31 na medição das 15h. Na capital, 13 bairros foram afetados pela cheia.

Rio Acre dá sinais de vazante em Rio Branco, mas Defesa Civil prevê nova subida
Rio Acre dá sinais de vazante em Rio Branco, mas Defesa Civil prevê nova subida (Foto: Reprodução)

Apesar da elevação de quase 30 centímetros em 24 horas, o nível do Rio Acre começou a apresentar vazante nesta terça-feira (11) e marcou 14,31 metros na medição das 15h, feita pela Defesa Civil de Rio Branco. Às 6h o rio marcava 12,35m, manteve essa marca às 9h e caiu para 14,33m às 12h. A cota de alerta na capital é de 13,50 metros e a de transbordo 14 metros.

Até esta terça, 21 famílias precisaram sair de casa e foram encaminhadas para abrigos ou casa de familiares. Em entrevista à Rede Amazônica, o coronel Cláudio Falcão disse que ainda não dá para comemorar a vazante do rio. Segundo ele, até o dia 17 de março há previsão de muita chuva.

Na noite de segunda-feira (10), o governo do Acre decretou situação de emergência em razão da cheia dos rios Acre, Juruá, Purus e Envira, que ultrapassaram as cotas de transbordo. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE) e tem validade de 180 dias.

O rio transbordou na capital na segunda-feira (10). Nesse mesmo dia, equipes do Corpo de Bombeiros do Acre, da Defesa Civil Municipal e do governo começaram a retirar famílias indígenas do bairro da Base.

Boletim divulgado pela Defesa Civil nesta terça aponta que 67 pessoas já foram atendidas e 13 bairros foram atingidos pelo transbordamento. Há dois abrigos públicos ativos na capital e o Parque de Exposições é preparado para receber mais famílias, caso haja necessidade.

Um dos abrigos foi montado pela Secretaria extraordinária de Povos indígenas (Sepi) dentro da Escola Madre Hidelbranda da Pra, que fica no Bairro 15, para atender 29 indígenas que moram no bairro Base, um dos primeiros afetados pela cheia. A diretora de Povos indígenas na Sepi, Nedina Yawanawa comentou sobre o apoio que tiveram para irem ao local.

"A gente detectou que a água já estava chegando na casa deles e imediatamente decidimos fazer essa locomoção para esse abrigo que é a escola que os recebeu prontamente. Ontem [segunda] a Defesa Civil conseguiu alimentação e eles estão tendo o apoio da Assistência Social",

Neste abrigo no Bairro 15, os desabrigados estão dividindo espaço com os alunos, que continuam tendo aulas. A previsão é que eles fiquem no local até o final desta semana. A medida é temporária, até que o abrigo no Parque de Exposições Wildy Viana fique pronto.

"A escola deu essa acolhida e em duas salas estão as pessoas dormindo e uma com a mobília deles. Então, nesse primeiro momento de emergência, a escola nos acolheu e ainda mantém a aula, porque é transitório", comentou Nedina.

O aposentado Jaime Salomão está na capital há três meses acompanhando um tratamento de saúde e nunca havia passado por uma enchente antes. Ele conta que estava preocupado, antes de ser levado para o abrigo.

"Eu não dormi à noite preocupado com meu neto que é uma criança. É a primeira vez que estou aqui, sou novato. É a primeira vez que eu passo por uma enchente assim do rio. Nem em Santa Rosa [do Purus] eu tinha passado por uma enchente assim", declarou ele.

Jaime agora está desabrigado com 22 familiares e espera que tudo volte ao normal o mais breve possível. "Eu quero ir embora para a minha aldeia. Eu vim aqui para ser acompanhante do meu neto lá no hospital. Ele me chamou aí não posso ir embora. Eu aluguei casa, mas agora quero voltar", disse.

A escola municipal Maria Lúcia, no bairro Morada do Sol, abriga dez famílias dos bairros 6 de agosto, Habitasa e Ayrton Senna. A dona de casa Érica Jaime lamenta ter que sair de casa pela quarta vez, sempre nesse período de cheia.

"Tá com quatro anos que eu passo por alagação e não é bom, né? Uma coisa muito desconfortável" lamentou ela.

Ainda segundo a Defesa Civil Municipal, três abrigos devem ser ativados. Um deles na Escola de ensino fundamental Benfica, no bairro Comara. Outro na Escola Municipal Chico Mendes, no bairro Santa Inês e o terceiro no Parque de Exposições Wildy Viana.

Bairros afetados em Rio Branco:

  • Base
  • Airton Sena
  • Cadeia Velha
  • Baixada da Cadeia Velha
  • 6 de agosto
  • Baixada da Habitasa
  • Cidade Nova
  • Triângulo Velho
  • Taquari
  • Palheiral
  • Aeroporto Velho
  • Adalberto Aragão
  • Bairro 15

A Energisa, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica no Acre, informou que ainda não há notificações para desligamento de energia nos bairros afetados pela cheia. Contudo, as equipes monitoram a situação.

Rios no interior do Acre

Em Feijó, Tarauacá e Jordão, o nível do rio está abaixo da cota de transbordamento, segundo boletim enchente divulgado pelo governo do Acre.

Em Plácido de Castro, o Rio Abunã continua subindo e nesta terça-feira (11), apresentou 13,03 metros, acima da cota de transbordo que é de 12,50 metros.

Porto Acre se encontra em estado de alerta com 12,72 metros e continua em elevação. Na Bacia do Rio Acre, o nível do rio está abaixo da cota de transbordamento nos municípios de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri e Capixaba.

Na Bacia do Purus, Sena Madureira e Manoel Urbano estão abaixo da cota de transbordamento.

Já em Cruzeiro do Sul, o Rio Juruá marcou 13,36 metros, 36 centímetros acima da cota de transbordo e atinge 11 bairros e três comunidades rurais. Os dados são da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cepdec).

FONTE: https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2025/03/11/rio-acre-da-sinais-de-vazante-em-rio-branco-mas-defesa-civil-preve-nova-subida.ghtml 

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