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Com mais de 160 desastres ambientais em 24 anos, AC deve realocar cidades para áreas mais altas, diz estudo

Análise do Centro Brasil no Clima e Instituto Clima e Sociedade relata que a região Norte é vulnerável a catástrofes como inundações e alagamentos, e também deve investir em planos de contingência. Em 2024, após a maior enchente de sua história, Brasiléia discutiu realocar moradores.

Com mais de 160 desastres ambientais em 24 anos, AC deve realocar cidades para áreas mais altas, diz estudo
Com mais de 160 desastres ambientais em 24 anos, AC deve realocar cidades para áreas mais altas, diz estudo (Foto: Reprodução)

O Acre registrou 167 desastres ambientais entre 2000 e 2023, e deve considerar a realocação de cidades para áreas mais altas. Isto é o que aponta o Anuário das Mudanças Climáticas, do Centro Brasil no Clima (CBC) e Instituto Clima e Sociedade (ICS), elaborado por pesquisadores do meio ambiente.

A análise relata que a região Norte é vulnerável a catástrofes como inundações e alagamentos, e tem baixa capacidade de adaptação, justificada pela falta de planejamento urbano. Além disso, a região está com risco de aumento de até 8ºC na temperatura, o que pode intensificar os problemas.


“O plano estadual de adaptação deve considerar o deslocamento de algumas cidades para áreas mais altas e os planos de contingência devem prever estratégias para a minimização dos danos com o aumento da frequência das inundações. O sistema de alerta da Bacia do Rio Acre e a plataforma SACE auxiliam no monitoramento em tempo real do nível do rio e alerta para possíveis inundações”, enfatiza.

Brasiléia já discutiu projeto

Em meio a maior enchente da história do município, a prefeitura de Brasiléia afirmou que considerava um projeto para realocar moradores da parte baixa da cidade na parte alta, menos afetada pelas águas. A informação foi repassada pela então prefeita Fernanda Hassem (PT) após o Rio Acre chegar à marca de 15,56 metros no município.


À época, a gestora alertou que há moradores de alguns locais da cidade que se recusam a deixar as casas, mesmo com a enchente. É o caso do bairro Leandro Barbosa, onde cerca de 200 pessoas permaneceram durante a cheia.

O plano para o período pós-cheia, segundo a prefeita, incluiria construir novas residências e conjuntos habitacionais na parte mais alta do município e desocupar a parte baixa, que sempre é coberta por enchentes. Porém, até o início de 2025, ainda não há indicativo de que o plano tenha iniciado.

“São cheias seguidas, então, posteriormente, vamos pensar um projeto ousado e tirar essa parte baixa daqui, construir novas casas, novos conjuntos habitacionais para a parte alta da cidade, porque não dá mais. Nós temos bairros como o Leonardo Barbosa, colocamos à disposição da população para retirada, mas teve pessoas que ainda ficaram. Nós temos 200 pessoas lá. Eu mesma fui lá, levamos médico, levamos a equipe de farmácia ambulante para fazer dispensação de remédios, para entregar comida para eles e para garantir o cuidado com a vida”, disse Hassem.

O Acre enfrentou uma cheia histórica em 2024. Em todo o estado, mais de 14.476 pessoas ficaram fora de casa, dentre desabrigados e desalojados. Além disto, 17 das 22 cidades acreanas ficaram em situação de emergência por conta do transbordo de rios e igarapés. Ao menos 23 comunidades indígenas no interior do Acre também sofreram com os efeitos das enchentes.

O município superou a marca registrada em 2015, naquela que ficou conhecida como a pior cheia da história da cidade, quando as águas do manancial cobriram 100% da área urbana do local.

FONTE:  https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2025/02/26/com-mais-de-160-desastres-ambientais-em-24-anos-ac-deve-realocar-cidades-para-areas-mais-altas-diz-estudo.ghtml   

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